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Tarifaço dos EUA pode frear o crescimento e encarecer obras no Brasil: entenda o que está em jogo!

  • Foto do escritor: Redação Portal Escala Humana
    Redação Portal Escala Humana
  • 18 de ago.
  • 3 min de leitura

O Brasil enfrenta hoje uma grave ameaça: as elevadíssimas tarifas impostas pelo governo norte-americano. Essa notícia causou grande impacto no setor da construção civil em 2025. Embora o segmento exporte pouco, as consequências são preocupantes, principalmente se considerarmos os impactos que virão — em parte pela balança comercial e, em parte, pelo efeito em cascata sobre o PIB (Produto Interno Bruto) e a economia como um todo.


De repente, o mercado passou a enfrentar um cenário de incertezas. De acordo com a própria Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), é possível esperar uma redução no ritmo de crescimento em áreas como a arquitetura, o que afetará a geração de empregos e investimentos. Mas, quais serão as outras consequências? Será que os materiais ficarão mais caros? E quais as projeções para 2026?



Quais os reflexos no PIB para a construção civil?


Conforme explicado no início deste texto, o temor do mercado da construção civil não se concentra no volume de exportações, mas sim no efeito geral das tarifas sobre a economia interna. Por exemplo, o crescimento do setor está muito atrelado ao PIB. Assim, qualquer pressão negativa sobre o mesmo impacta diretamente nos negócios de arquitetura, engenharia e áreas afins.


Imagem de freestockcenter, reprodução Freepik
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Essa situação ocorre em um momento relativamente positivo para a construção civil brasileira, que vive um ciclo de recuperação e expansão com o aumento no número de trabalhadores formais. Essa é uma ocorrência que não se via há mais de uma década, conforme dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) analisados pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). Esperava-se um crescimento de 2,3% em 2025, apesar do ambiente econômico desafiador, que inclui juros, custos e materiais acima da inflação. Porém, com as novas tarifas, é provável que a projeção diminua.


Especialistas apontam que ainda é possível manter o otimismo em relação aos negócios a serem lançados no segundo semestre. Contudo, já se nota uma queda na confiança para novos empreendimentos públicos e privados no setor da construção, que sempre foi considerado um dos principais termômetros da economia brasileira, respondendo por cerca de 6% do PIB nacional e empregando milhões de trabalhadores.



Quais as consequências das tarifas para a construção civil?


A Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou recentemente que as tarifas de importação estão pressionando a inflação brasileira. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) subiu 0,91% em julho, acima dos 0,69% registrados no mês anterior. Parte desse aumento pode ser atribuída ao encarecimento de produtos como PVC, resinas plásticas, aço e derivados, diretamente ligado à alta das tarifas sobre insumos que fazem parte de uma cadeia internacional.


Vale lembrar que, embora o aço que abastece a construção brasileira não dependa de importações da China, o efeito colateral da política tarifária tem sido a elevação do dólar e a oferta reduzida de alguns produtos no mercado global, o que pressiona os preços domésticos.


Além disso, também é importante destacar que, somado ao "tarifaço", o setor da construção civil brasileira já enfrenta juros elevados, com a taxa Selic fixada em 15% ao ano. Na prática, isso encareceu o crédito imobiliário, resultando na queda do número de unidades financiadas pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o que dificulta o acesso à moradia e a continuidade dos empreendimentos. Em suma, trata-se de um efeito dominó.


 Imagem de azerbaijan_stockers, reprodução Freepik
 Imagem de azerbaijan_stockers, reprodução Freepik

Quais são as perspectivas para o futuro da construção civil no Brasil?


O aumento dos preços na cadeia de suprimentos e dos custos de insumos em 2025 deve resultar em um orçamento reduzido para as construtoras em 2026. As margens de lucro também devem diminuir, assim como o repasse para o consumidor final, o que encarecerá imóveis e obras públicas. Caso não ocorra uma melhora nas condições econômicas internas e externas nos próximos meses, é provável que o país enfrente alguns anos com notável comprometimento no desempenho da arquitetura e da engenharia.


Contudo, não queremos encerrar este artigo com uma visão tão pessimista do futuro. Ao contrário, gostaríamos de destacar que alguns especialistas apontam que a crise gerada pelas tarifas pode acelerar movimentos para reduzir a pegada de carbono na indústria da construção, estimulando o uso de materiais alternativos e tecnologias inovadoras. Isso pode abrir nichos para indústrias menores que atuam com produtos menos dependentes das cadeias tarifadas.


Imagem de bearfotos, reprodução Freepik
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O Brasil tem o desafio de se replanejar para sustentar — e até expandir — um dos setores que mais geram empregos e movimentam a economia. É preciso encontrar formas diplomáticas de negociação para amenizar ou reverter as tarifas impostas, incentivar a produção nacional de insumos, reduzindo a dependência externa, criar novas políticas de crédito para a construção e programas de estímulo às obras públicas. Essa é a lição de casa.


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