Shoppings investem em arquitetura inovadora para criar experiências únicas e atrair clientes
- Redação Portal Escala Humana

- 15 de ago.
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de ago.
A arquitetura de shopping centers ao redor do mundo está vivendo uma verdadeira revolução silenciosa. Sabe-se que estes empreendimentos precisam hoje oferecer experiências únicas e inesquecíveis, que vão muito além das tradicionais compras. Seu design já se posiciona como um hub social que combina lazer, cultura, trabalho, gastronomia e tecnologia, tudo dentro de um ambiente cuidadosamente projetado com foco no consumidor, que está cada vez mais exigente, conectado e em busca de inovações.
Neste contexto, a missão dos arquitetos é entender como essa mudança de conceito está redefinindo o papel dos shoppings e moldando o futuro da arquitetura comercial como um todo. Tais profissionais devem pensar em como esse pacote — composto de edifício, paisagismo e mobiliário — pode não “apenas” ajudar a vender produtos, mas encantar, emocionar e até despertar as pessoas para uma nova forma de viver, socializar e permanecer nos espaços.

Nova proposta para os shoppings centers
Por muitos anos, os shopping centers reinam como o principal destino para compras no Brasil. Mas, no começo, a arquitetura de shopping era pensada para um único propósito: fazer o consumidor circular e comprar. Os tempos mudaram e agora temos a ascensão do e-commerce. Então, quando as pessoas saem de casa, há uma busca por experiências mais autênticas; elas esperam encontrar nesses centros comerciais um ponto de encontro, bem-estar e pertencimento, onde a compra é “apenas” uma das muitas possibilidades.
Segundo o estudo da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), apesar da conveniência digital, 87% dos brasileiros ainda preferem frequentar os shoppings.
Queremos enfatizar neste artigo que o velho conceito de shopping center como um “templo de consumo” está sendo desconstruído. Os novos pilares dessa arquitetura incluem gastronomia, cultura, bem-estar, saúde e tecnologia. Resumindo, a proposta é fazer com que, através de um design que incentiva a permanência e a conexão, o público crie vínculos emocionais com o espaço, tornando-o um ponto de referência na sua rotina.
Arquitetura como ferramenta de engajamento e permanência
Já há alguns anos, os arquitetos entenderam que a ambientação de shoppings, antes neutra e funcional, deve agora ser pensada para estimular os sentidos. Como fazer isso? Um exemplo é a manipulação de texturas, cores, iluminação, sons e até mesmo fragrâncias. E assim, pouco a pouco, as pessoas passaram a perceber essa revolução estética dos centros comerciais, que são hoje quase como cenários “instagramáveis”, com intervenções artísticas, mobiliário convidativo e decorações com temáticas sazonais. A recompensa por esse investimento? O aumento no tempo de permanência dos visitantes.
O poder do paisagismo
Dentre as novas estratégias adotadas para a melhora da arquitetura de shopping, o paisagismo também tem seu protagonismo, com o uso de plantas em vasos, móveis ergonômicos, espelhos d'água, iluminação de LED planejada e muito mais. Longe de ser visto como um elemento decorativo, trata-se de um trabalho de infraestrutura de bem-estar, contribuindo para o conforto ambiental, a qualidade sensorial e a conexão com a natureza. Todos os seus detalhes estéticos acabam por impactar diretamente nos resultados do empreendimento.
Essa integração com a natureza não só melhora o ambiente, mas influencia diretamente no tempo de permanência e no comportamento do consumidor, o que gera resultados positivos nas vendas.


Decorações mais atrativas
Hoje, um shopping precisa ser bonito - e fotografável. É importante pensar nessa arquitetura como uma ferramenta de marketing, com uma estética pensada inclusive para ser exposta nas redes sociais pelos próprios visitantes, fazendo a divulgação do empreendimento de forma espontânea. Ou seja, ela precisa funcionar como uma extensão da experiência física para o digital. Seus espaços devem ser estrategicamente criados para serem memoráveis, altamente convidativos e adequadamente sofisticados.
Na arquitetura de shopping, é fundamental que os projetistas priorizem a escolha de materiais modernos e duráveis. Elementos naturais, como madeira, pedra, cerâmica e tecidos, aliados a uma iluminação quente e difusa e a móveis confortáveis, desempenham um papel essencial na criação de ambientes acolhedores. A combinação desses materiais tem o poder de transformar o visual dos centros comerciais de forma única e envolvente.

Tecnologia e sustentabilidade
Além do paisagismo e da decoração, a nova arquitetura de shopping também se beneficia de um design repleto de tecnologia e soluções sustentáveis. Os espaços agora são mais dinâmicos e multifuncionais, atendendo a diversas necessidades. Aplicativos, realidade aumentada e sistemas eletrônicos são exemplos dessa facilitação na vida dos visitantes. Enquanto isso, o prédio em si ainda pode contar com coleta seletiva, energia solar e reaproveitamento de água.
Shoppings como plataformas urbanas
Toda essa transformação na arquitetura de shopping acabou sendo acelerada por conta da pandemia. Muitos centros comerciais tiveram que se reinventar com uso misto, incorporando escritórios ou coworkings, clínicas, hotéis e espaços de ensino, deixando de ser ilhas isoladas para se tornarem pedaços das cidades. De repente, os exteriores desses empreendimentos também ficaram mais ousados, virando ícones e transformando áreas desvalorizadas em pontos cobiçados, impulsionando o crescimento econômico e imobiliário de regiões, estabelecendo novos valores e padrões para as construções vizinhas.
Certa vez, o renomado arquiteto brasileiro Sig Bergamin afirmou que o novo mercado de luxo não se limitava mais a bens caros, mas a ambientes que não existiam antes. E talvez ele esteja certo! Agora temos uma nova experiência de shopping que conecta pessoas, arte, natureza, tecnologia e conforto. Muitos centros comerciais agora fazem parte de um importante mercado de luxo dentro do setor imobiliário.

Um ótimo exemplo é o Shopping Cidade Aruna, em Maringá (PR), que é mais do que um espaço urbano, mas um sistema completo, onde arquitetura, sustentabilidade e experiências sensoriais se fundem. Projetado para integrar natureza, cultura, lazer e negócios, essa arquitetura antecipa o futuro das cidades. Assim como o Taj Home Resort, inspirado em Dubai, que transformou o padrão arquitetônico de Vila Velha (ES), esses empreendimentos mostram que o novo luxo está na capacidade da arquitetura de criar valor, identidade e pertencimento - redefinindo territórios e inspirando novas formas de viver e conviver.
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