top of page

O futuro da arquitetura no Brasil: como formar profissionais mais empáticos e conectados à realidade?

  • Foto do escritor: Redação Portal Escala Humana
    Redação Portal Escala Humana
  • 22 de out.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 24 de nov.


O ensino da arquitetura no Brasil é historicamente influenciado pelos modelos europeus. Ainda hoje a formação dos profissionais em nosso país tende a valorizar aspectos técnicos e estéticos. Grande parte dos cursos privilegia soluções padronizadas. Como resultado, muitos arquitetos saem da faculdade sem refletir adequadamente sobre a relação de sua prática com os contextos social, cultural e ambiental em que ela (a prática) está inserida.


Entretanto, o cenário urbano brasileiro se torna a cada dia mais complexo. O avanço da desigualdade, a expansão das áreas informais e a crise ambiental exigem um rompimento com o modelo tradicional de ensino e prática arquitetônica, em direção a uma abordagem mais sensível e alinhada às necessidades reais da sociedade contemporânea.



Imagem meramente ilustrativa gerada em IA de Google Gemini
Imagem meramente ilustrativa gerada em IA de Google Gemini


Diante disso, surge uma questão essencial: estará a nova geração de arquitetos preparada para atuar com empatia, criatividade e responsabilidade social? Para que isso aconteça, é indispensável repensar os métodos de ensino e incorporar novas perspectivas que promovam uma arquitetura verdadeiramente comprometida com o futuro do país.



Empatia como eixo central na formação do arquiteto contemporâneo


No mercado brasileiro, muitos arquitetos atuam com profissionalismo, dominando com maestria diversas técnicas de construção. Contudo, vários deles desconhecem as histórias, as dificuldades e as necessidades reais dos seus clientes e suas comunidades. A eles falta a chamada “imaginação empática”, ou seja, abraçar histórias, colocando-se no lugar das pessoas que habitarão os seus projetos. E esse é o ponto central para repensar a educação arquitetônica.


Essa mudança de postura exige um estímulo à reflexão crítica sobre o impacto social da arquitetura, promovendo um olhar ativo sobre contextos e diversidades.


 Imagem meramente ilustrativa gerada em IA de Google Gemini
 Imagem meramente ilustrativa gerada em IA de Google Gemini


Reconhecendo espaços de aprendizagem além da sala de aula


O primeiro passo para essa mudança no ensino de arquitetura no Brasil é repensar os próprios espaços de aprendizagem.


Já existe o debate sobre a modalidade de ensino à distância para arquitetura. Mas fato é que o ensino de arquitetura nem mesmo deveria se restringir à sala de aula tradicional. Na verdade, a melhor forma de dominar esta arte e técnica é nas ruas, praças, ônibus ou em interações cotidianas com a cidade. O cenário perfeito seria com os alunos podendo integrar saberes acadêmicos e tradicionais para construir uma visão mais inclusiva e sustentável das comunidades. Só assim a sua aprendizagem seria realmente prática, contextualizada e significativa.


Além de mudar o espaço de ensino de arquitetura, é fundamental repensar os sujeitos envolvidos. Talvez incorporar a comunidade no processo educacional por meio de oficinas e workshops, permitindo que os estudantes possam entender melhor problemas concretos e construir soluções a partir dessa troca mútua de conhecimentos. Então o papel do professor deixaria de ser um mero avaliador distante para se tornar um mediador, facilitando os diálogos, reflexões críticas e escutas ativas.




Imagem meramente ilustrativa gerada em IA de Google Gemini
Imagem meramente ilustrativa gerada em IA de Google Gemini

Vale citar como exemplo o trabalho da Universidade Nacional de La Plata, na Argentina, que promove ciclos de diálogos comunitários para discutir temas como planejamento urbano e sustentabilidade, fortalecendo laços entre moradores, acadêmicos e profissionais para a geração de um conhecimento conjunto. Já na Universidade Nacional da Colômbia, são realizados projetos de arquitetura participativa em áreas rurais.



Novas formas de aprendizado e a construção de uma epistemologia do Sul


Outro desafio do ensino de arquitetura no Brasil é repensar os objetos de aprendizagem, ou seja, as práticas que conectam o ensino a desafios reais. Estamos falando de estágios supervisionados e outras iniciativas que auxiliam os estudantes a vivenciar problemas urbanos e habitacionais. Uma proposta é a construção de uma epistemologia do Sul. Traduzindo, uma reorganização do modelo de ensino a partir de saberes latino-americanos, que valorizem as raízes indígenas e africanas frequentemente negligenciadas pelos currículos tradicionais.



 Imagem meramente ilustrativa gerada em IA de Google Gemini
 Imagem meramente ilustrativa gerada em IA de Google Gemini

Empatia, ética e criatividade: os pilares do novo arquiteto


Como vimos ao longo deste texto, os arquitetos brasileiros precisam acompanhar as inovações do mercado e exercer sua atividade de forma ética e socialmente consciente. Ao mesmo tempo, devem ajudar a repensar o ensino de arquitetura no país. Está mais do que na hora de abandonarmos modelos ultrapassados e acolhermos novas abordagens. Nosso dever é pavimentar o caminho para futuros arquitetos - empáticos e engajados, bem preparados para os desafios do século XXI.


Que possamos enxergar além dos muros e reconhecer a vida que pulsa em cada espaço. Sejamos cidadãos e profissionais críticos, sensíveis e comprometidos com a construção de um Brasil mais justo e humano.



🌎 Fontes:


📸 Imagem de capa:

Imagem meramente ilustrativa gerada em IA de Google Gemini




Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
bottom of page